Na costa oriental de Hispaniola, onde o horizonte se funde com um mar de azuis intensos, pulsa a memória de Cayacoa. Este território, berço do último grande cacicado taíno, foi palco de uma cultura vibrante que honrava a natureza, a comunidade e o espírito dos seus antepassados. Entre palmeiras e rios, o tempo parecia medir-se em cerimónias, relatos orais e na constante harmonia entre o homem e o seu meio.
O cacique Cayacoa governou estas terras com liderança e visão, consolidando um espaço onde os yucayeques —aldeias taínas— se organizavam em torno dos bateyes, praças cerimoniais que eram o coração da vida social e espiritual. A agricultura, a pesca e as trocas fortaleciam a comunidade, enquanto as crenças taínas celebravam a força criadora da terra e do mar. Era um mundo de profunda ligação com a natureza, onde cada elemento tinha um valor sagrado e um lugar na vida quotidiana.
Após a chegada dos europeus, as terras de Cayacoa foram palco de mudanças decisivas. Entre histórias de resistência, alianças e lendas sobre minas de ouro ocultas, surgiram relatos que foram passando de geração em geração. Hoje, esse legado permanece vivo na identidade local: nos nomes que evocam o passado, nas tradições que conservam a sua essência e na hospitalidade que acolhe cada visitante. Cayacoa não é apenas um lugar para contemplar, é uma experiência que liga à raiz mais profunda das Caraíbas.